terça-feira, 12 de abril de 2011

O jornalismo está indigesto.



Sempre gostei muito de assistir jornal. É engraçado, mas não me lembro qual foi a última vez que saí de casa sem estar sabendo das notícias do dia. Quando entrei na faculdade, tive um professor pentelho, político e que usava uma botinha do chico bento... enfim... esse cara uma vez falou "busquem pelo menos 3 fontes diferentes para a mesma notícia. E depois tirem as suas conclusões".

Desde então, eu sempre busco diferentes referentes para uma mesma discussão. Há 5, 6 anos atrás, isso funcionava. Eu via claramente, por exemplo, o quanto a Veja era anti-PT, anti-Luciana Gimenez. Enquanto várias outras revistas e jornais tentavam ser imparciais e orientadoras - como deveriam ser.

Pois é. Acontece que cerca de 65 milhões de brasileiros mudaram de classe social. Enriqueceram. Acontece, também, que enriquecer no bolso não significa enriquecer na mente. E o fato é que, se antes os "pobres e mal remunerados" eram os que assistiam Datena, acessavam sites com notícias sensacionalistas e se reuniam para falar sobre as barbáries do mundo... hoje, ricos e bem sucedidos também o fazem.

E aí, naturalmente, as mídias mudam seus recursos, seu vocabulário e linguagem, e passam a praticar o tal do Ibope Sensacionalista.
Expõem crianças, famílias desesperadas. Abordam religião, abordam doença. Discutem sexualidade, discutem bullying. Criticam o bairro onde a pessoa mora, criticam o estado.

E ninguém, ABSOLUTAMENTE ninguém, é capaz de discutir a FALTA DE EDUCAÇÃO no Brasil, a falta de estrutura mínima para que as crianças do país sejam orientadas, amparadas e preparadas para a sociedade. Estão todos falando do problema, quando deveriam cuidar da causa.

E a causa, caros jornalistas, críticos e o que mais vocês possam ser, não é a religião que o cara segue, a barba que ele deixou crescer ou o pé na bunda que ele tomou da coleguinha de classe. A causa é a falta de estrutura mínima, a má influência da mídia, o péssimo retrato da sociedade onde vivemos, entre outras.
E  as pessoas, cometem seus crimes - alguns mais silenciosos, outros gritantes... mas tem muita gente morrendo sem culpa.

Enfim. Falta cultura, falta INTELIGÊNCIA e senso. Enquanto os bem orientados, bem educados e bem posicionados discutirem com base no sensacionalismo, atrairão seguidores. Fanáticos, incapazes de procurar a verdade e a coerência. E voltamos ao ciclo vicioso.


Moral, Ética, Legalidade... não são assuntos para serem discutidos na televisão.

" Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior." (TM)

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