terça-feira, 15 de outubro de 2019

Noronhe-se!

É difícil saber por onde começar a falar sobre Fernando de Noronha. Uma coisa é fato: palavras não resumem esse paraíso brasileiro... mas vamos tentar.

Noronha, a qualquer ângulo, revela surpresas e paisagens estonteantes. Quando você ainda nem chegou lá - e não, não é por causa dos posts nas redes sociais - é do alto que você entende (quase) tudo que te falaram sobre a Ilha.
[DICA] Sente-se do lado esquerdo do avião e você já terá uma prévia da sua experiência e provavelmente dará o primeiro suspiro e soltará aquele clássico "puta que pariu", ou, sendo carioca, "que isso mermão"?!


Amor à primeira vista!
Já em terra, você descobre uma cidade pequena, tomada por pessoas caminhando, buggies, táxis e caminhonetes de empresas de turismo. Chegar em algumas praias não é tão fácil, há quem tope a caminhada, mas em geral a galera usa veículo mesmo.
[DICA] diferente de todas as indicações que recebemos, nós não alugamos buggy. E o motivo é bem simples: R$300,00 a diária + R$7,00 o litro da gasolina, enquanto o táxi fica em média de R$30,00 a corrida e o ônibus custa R$5,00. Fez as contas? Pronto. 

Seguimos nossos caminhos hora de táxi, hora de ônibus, caminhadas e caronas. O primeiro dia nós optamos em fazer o Ilha Tour, acompanhados de um guia turístico nota 10, NIEL, que nos apresentou os principais pontos turísticos da Ilha e a cada parada nos contava as histórias de Noronha. 

Pra quem não sabe, aí vai um breve resumo: Noronha é a primeira capitania hereditária do Brasil. O arquipélago sofreu constantes invasões de ingleses, franceses e holandeses entre os séculos XVI e XVIII. Em 1700, FN tornou-se dependência de Pernambuco. Em 1942, com a Segunda Guerra Mundial, Noronha tornou-se território federal, passando a servir como base avançada de guerra, mas voltou à administração pernambucana em 1988. 

Praia do Leão

Baía do Sancho, eleita a praia mais bonita do mundo

Morro 2 Irmãos

Baía dos Porcos + Morro 2 Irmãos

Nas praias, além das paisagens que falam por si só, há ainda muita coisa a ser descoberta por outro ângulo: dentro do mar. Ah, o MAR de Noronha. Quantas surpresas. Águas claras e muita vida marinha te fazem perder a hora e experienciar encontros lindos - e às vezes um pouco assustadores, assim como foi o meu encontro com um tubarão. Mas lá, diferente de outros locais, eles estão acostumados com a presença de mergulhadores e, para nossa sorte, estão muito bem alimentados! 
[DICA] Explorem o fundo do oceano o quanto puderem. Tenham sempre em mãos: máscara de mergulho, snorkel, nadadeira (o famoso pé de pato) e sapatilhas aquáticas para caminhar sobre as pedras reduzindo o risco de tomar um belo escorregão e ralar a bunda.









Pra quem acompanhou um pouco da viagem pelo meu Instagram, já sabe que eu tinha um lance com o fundo do mar. Quando pequena me afoguei e desde então, me relaciono com o mar de uma maneira bem "segura": mar calmo eu me jogo, mas qualquer ondulação ou aquela necessidade de passar a correnteza já me faz evitar um mergulho. Em Noronha, eu queria vencer esse medo e me aventurei com snorkel, no raso e em alto mar, fiz um passeio de prancha subaquatica (um barco vai puxando uma pranchinha e você vai sendo levado dentro do mar), onde passamos por cima de um naufrágio. Decidi mergulhar com cilindro, numa aventura louca já indo direto pro mar, sem aula na piscina, fiz toda iniciação mas quando já estávamos prontos para descer pro nível profundo eu não fui. Ao menos tentei, mas de fato senti que ainda preciso respeitar o processo e ir vencendo esse medo aos poucos!

Ah! Mar

Há também outras maneiras de conhecer Noronha: e estar a bordo é uma delas. Fizemos um passeio de canoa havaiana logo cedo, para ver o nascer do sol e acompanhar a chegada dos Golfinhos à Ilha. Remar cercados de golfinhos foi uma das vivências mais lindas que Noronha nos ofereceu. 
E também fizemos um passeio privativo de barco, iniciando à tarde para prestigiar o pôr do sol. Tudo parecia mais um passeio comum, até decidirmos ir pro mar de fora* para pescar um peixe - que viria a ser o nosso almoço aquele dia.
*Noronha é dividida em duas costas: o mar de dentro, voltado para o Brasil, de águas mais calmas e cristalinas; e o mar de fora, voltado para a África, de águas mais agitadas e ondulações.













Como eu disse lá no começo do post, todos os ângulos de Noronha oferecem espetáculos à parte. Subimos a Trilha do Piquinho para admirar a Ilha do alto, enquanto também desfrutamos de mais um pôr do sol. Existem muitas opções de trilha em Noronha, mas nós estávamos mais afim de explorar as praias e o mar.
[DICA] outras trilhas recomendadas: Atalaia, Capim-açú, São José.
Pôr do Sol em Noronha é um capítulo à parte: explorem todos os pontos para admirar o sol se despedindo da Ilha! Nossas escolhas foram: Mirante do Boldró, Praia do Cachorro, Forte dos Remédios, Trilha do Piquinho, Praia do Boldró e Porto (a bordo).







Mas o que Noronha nos deu de mais especial foram as conexões e pessoas que cruzaram nossos caminhos. Temos uma grande amiga que mora em Noronha e que nos apresentou tantas outras pessoas incríveis. Viver na Ilha requer desapego, vida simples, calmaria e paz. Era tudo que eu buscava nas férias. As pessoas nos acolheram em todos os momentos e por lá, como todos se conhecem, você acaba encontrando os nativos e assim vai conhecendo gente. 
Nos hospedamos na suíte da Debora e ali parecia que estávamos em casa. Reencontrei uma amiga de infância. Falamos com um guia turístico em SP, não conseguimos fazer o passeio com ele e só fomos conhecê-lo na balada de despedida - e juro, quase estendemos a viagem porque o cara é muito legal!
Cada um com sua história e dicas para desbravar o arquipélago, conversas regadas a música, boa comida e bons drinks. Conhecemos lugares que talvez não conheceríamos se estivéssemos "sós" e recebemos muitos convites para voltarmos - OK, era óbvio que a gente já voltaria mas vocês fizeram a gente querer ainda mais viver de novo a magia desse lugar.

Cacimba do Padre


Mirante do Sancho

Enseada Caieiras

Centro - Vila dos Remédios

Praia do Cachorro


Passeio de Barco

Forte dos Remédios

Noronhe-se!




Praia do Boldró





Praia do Bode





Buraco do Galego

Buraco do Galego


E, para fechar com chave de ouro, Gian e eu reafirmamos nossa escolha de estarmos juntos. O motivo original da viagem era celebrarmos 2 anos de casados e aproveitamos um fim de tarde em frente ao Morro 2 Irmãos para nos olharmos, darmos as mãos e renovarmos nossos votos. Que o amor siga guiando nossos passos e nossas aventuras!

Bodas de Algodão

Noronha, obrigada por TANTO.
A gente se vê em breve <3


[DICAS] Parceiros, Passeios


  • Hospedagem - Suítes da Debora (antigo Café Buena Onda)
  • Guia (Ilha Tour) - Niel
  • Canoa Havaiana - Noronha Canoe Clube
  • Mergulho - Bodão
  • Guia (Trilhas) - Klebinho
  • Passeio de Barco - Barreto (passeio privativo)
  • Aluguel de Nadadeira - Barracão das Bebidas (Vila dos Remédios)


Recomendações


  • Levamos de SP tudo para café da manhã e bebidas alcoólicas
  • Cerveja premium no Barracão (geladaaaaa)
  • Levem repelente, mas nós quase não precisamos usar.
  • Cuidado com as Mabuias (espécie de lagarto muito comum nas praias. Apesar de inofensivas, elas acham que são gente! Não deixem mochilas abertas, elas entram e também são atraídas por alimentos)
  • Aluguel de buggy é caro, utilizem ônibus, táxi e carona - conheçam as pessoas da Ilha! Mas, se quiser alugar, cuidado com bebida e direção. Além de não combinar, tem Lei Seca em Noronha
  • Desfrutem do prazer de andar pela cidade sem se preocupar com violência. Não há preço que pague. O mesmo acontece quando você está na praia e quer deixar suas coisas - ninguém mexe!
  • Aluguel de guardasol e cadeiras é super caro (R$50-60), se não quiser pagar:  encare o sol ou procure áreas com sombra
  • Sapatilhas aquáticas ajudam muito nas caminhadas
  • Tenham sempre água e snacks, pois as praias que ficam dentro do Parque Nacional não possuem estrutura e serviço
  • Recolham TODO lixo que produzirem! Descartem corretamente a ajudem a manter a Ilha preservada.

VIVA NORONHA!!!
Noronhe-se.