segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mudança de carreira: E AGORA?!?!?!

Prestar vestibular é um verdadeiro desespero. Não só por conta da chatisse e burocracia, das provas longas e sem pé nem cabeça, mas principalmente porque nós estamos concorrendo à algo que nem sabemos, de fato, se é o que queremos.
Achar que aos 17, 18 anos, se tem certeza do que quer ser, na minha opinião, em 99% dos casos é #fail !



Eu sonhava em ser pediatra. Mas, como uma aluna que ia bem na escola por sorte, talvez um QI considerável e zero gosto pelos estudos, sabia que ia me dar mal em medicina. Esse lance de cursinho, amor à faculdade, república, 20 horas estudando, definitivamente, não é comigo. Então, fui buscar conhecer outras profissões.

Meus interesses eram: crianças, comunicação e saúde. Então, prestei Jornalismo, Fisioterapia, Direito, Psicologia, Terapia Ocupacional e Medicina (vai que dava certo, né...)! Ah, prestei Veterinária também, não me pergunte por quê.
Passei em todas. Exceto medicina. Aí entrei na crise do: o que eu quero ser quando crescer?? Essa crise também durou uma semana. Não me dou bem com crise, não tenho saco pra minha indecisão e minha cabeça não pára. Ironia do destino (ou não), uma reportagem me apresentou a Terapia Ocupacional e eu me apaixonei (quando prestei, foi por causa de um teste vocacional...).

Pronto. Eu queria ser Terapeuta Ocupacional. Matrícula na faculdade, trote solidário, borboletas no estômago e lá estava eu, futura T.O!




PAUSA: aposto que tem gente se perguntando o que um T.O faz.Vamos lá:
" O Terapeuta Ocupacional é um profissional dotado de formação nas Áreas de Saúde e Sociais. Sua intervenção compreende avaliar o cliente, buscando identificar alterações nas suas funções práxicas, considerando sua faixa etária e/ou desenvolvimento da sua formação pessoal, familiar e social. A base de suas ações compreende abordagens e/ou condutas fundamentadas em critérios avaliativos com eixo referencial pessoal, familiar, coletivo e social, coordenadas de acordo com o processo terapêutico implementado. O Terapeuta Ocupacional compreende a Atividade Humana como um processo criativo, criador, lúdico, expressivo, evolutivo, produtivo e de auto manutenção e o Homem, como um ser práxico interferindo no cotidiano do usuário comprometido em suas funções práxicas objetivando alcançar uma melhor qualidade de vida." (COFFITO)



Voltando. É uma profissão linda, da qual me orgulho muito em ter escolhido. Mas, no segundo ano da faculdade, já sabia que não seguiria carreira ali. Na época eu não sabia porque tinha essa certeza, mas eu tinha.

Nova crise. Como dizer pros meus pais que, saindo da faculdade, eu iria fazer outra coisa?! Decidi não dizer e tentar mais um pouco. Fiz estágios diversos, atendia desde recém-nascidos até idosos. Era demais, cresci muito exercendo essa profissão, mas também sofri muito.
Para ser um profissional da saúde, você precisa ter um lado "frio" bem trabalhado, uma bagagem emocional única, pois lidar com deficiências é extremamente difícil. E era isso que me faltava na época, hoje eu sei. Os problemas dos meus pacientes passavam a ser os meus e aí, eu que ficava doente.



Foi quando meu médico falou: "escolhe entre sua profissão e sua saúde" e eu não tive dúvidas. Crise nº3: já sabia que isso iria acontecer, mas eu não tinha "LOÇÃO" do que viria a ser.

E aí, ironia do destino ou não, uma grande e especial amiga me apresentou seu trabalho em Recursos Humanos.
E eu fui, na cara e na coragem. Louca, sem saber por onde começar, mas com uma empresa que valorizava as minhas características.
De tudo que eu sempre quis na vida, o RH me oferecia 90%: a possibilidade de trabalhar com o comportamento humano, de alguma forma cuidar e usar minha comunicação.



E cá estou. A empresa que apostou em mim continua apostando até hoje. Cresci muito, aprendi horrores, passei a entender o mercado profissional, sei conversar sobre Agronomia, Marketing e Gastronomia e todos os dias, encaro grandes desafios.



E, contra tudo que muitos me disseram, a Terapia Ocupacional se faz diariamente presente na minha vida: na faculdade e nos meus estágios, aprendi a olhar pras pessoas e respeitar suas particularidades, aprendi a ser tolerante e resiliente e, mais do que isso, aprendi a valorizar as pessoas. Tudo isso é a essência do meu trabalho!


Faltaram as crianças, mas essas ocupam boa parte da minha vida de outras maneiras!

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo Giu! Ainda bem que vc escolheu a T.O. Assim a gente se conheceu! Um beijo com saudade, Mari Tonetto.