terça-feira, 10 de maio de 2011

O FMX por um outro ângulo.




Praticamente todas as pessoas que me conhecem sabem que namoro um piloto de Freestyle Motocross e sou responsável por toda comunicação da equipe.
Há exatos 3 anos, no dia 10/05/2008, eu escrevi um texto para a Antonieta Bastos, uma amiga do Gian (que, até hoje, não conheço pessoalmente, mas temos uma puta conexão doida...). Esse texto não foi divulgado (eu acho) e ironicamente, limpando o meu pen drive, encontrei-o agora.

E, também ironicamente, apesar de ter sido escrito há 3 anos atrás, não faria NENHUMA alteração hoje- quer dizer, duas, que seguem em vermelho. O resto, continua a mesma coisa.
Pro lado bom e pro lado ruim.

Esse post vai pros pilotos, pros amantes do esporte e pra quem mais interessar.

" Nunca gostei de moto, capacete, aventura sobre duas rodas e assuntos ligados à isto. Aqui em casa, tenho um pai vidrado no assunto, um irmão com o mesmo gosto e, mesmo assim, nunca gostei nem de andar na garupa da Scooter do papai... Um bom e velho ditado diz que, em algum momento da vida, nós mordemos a própria língua. O cantor Oswaldo Montenegro, afirma isso em uma de suas músicas:“ Quantas canções que você condenava, hoje assovia pra sobreviver...”

Pois é. Há um ano (agora quatro) , fui apresentada à família FMX. Conheci o piloto Giancarlo Bergamini, até então sem ao menos saber sua profissão. Através de fotos e conversas, fui descobrindo o que ele fazia e confesso: não foi difícil me interessar por este esporte.

Meu primeiro campeonato (como espectadora, obviamente) foi em Guarulhos; tratava-se de uma demo organizada pelo Jorge Negretti, com suas estruturas instaladas em um estacionamento de shopping. Meu olhar neste momento não era técnico, mas “estético”: contentava-me em ver o piloto passando por cima de um caminhão com uma recepção de metal e ficava “aliviada” ao ver uma aterrisagem sem quedas- para mim,toda manobra era válida, o que não podia era cair!


Bancando a fã | Fevereiro 2007

Minha primeira foto. O céu não estava " de brigadeiro", mas a manobra saiu na hora exata!

Com o passar do tempo, fui conhecendo um pouco mais da história do FMX, a rotina de alguns pilotos, as atuais situações do esporte, os diferentes estilos e habilidades de cada piloto e hoje, seguramente, mudei meu olhar.
Hoje eu sei que uma boa estrutura de FMX é construída com toneladas de terra, tratores em movimento, rampas padronizadas, união de equipes e apoio mútuo. Transportar uma estrutura de metal pela estrada e instalar em um terreno é muito “pobre” diante de tantas possibilidades de se explorar o FMX.
O real valor é a mão na massa, todos os pilotos batalhando junto, ajudando no processo de construção.


Algum evento...

Tirando as pedras do caminho, literalmente.

O FMX é um esporte individual, assim como o tênis, o motocross e a ginástica, mas apenas em sua execução. A essência do esporte é a união dos pilotos, o intercâmbio que existe entre todas as equipes, a torcida pelo sucesso do próximo, a alegria de ver manobras novas. Esta é a verdade do FMX.
Como em qualquer segmento da vida, quando temos a verdade como base, tudo acontece de forma correta, satisfatória e o processo está sempre em evolução.

Essa evolução no Brasil ainda depara-se com obstáculos- a nossa cultura é voltada para o futebol, o vôlei e a ginástica de Diego Hipólito e Daiane dos Santos, tudo aquilo que a emissoras abertas nos bombardeiam nas manhãs de Domingo. Poucos são os que conhecem o FMX e sabem das dificuldades de um piloto em construir uma pista, conquistar patrocinadores, realizar manutenção de uma moto e batalhar pela verdade do esporte, sustentar aquela essência à qual citei um pouco antes...

Ser dono da sua própria estrutura, do seu próprio desenvolvimento e amadurecimento, das suas estratégias e evolução é uma tarefa árdua para pilotos de FMX. Falta apoio, divulgação, conhecimento, incentivo e valorização. De sobra, o que vejo é muito talento, garra, determinação, coragem e veracidade.

Posso falar de Gian e Paô Bergamini, Fred Kyrillos, Celso Aslan (hoje, não está mais praticando o esporte), Fernando Daud e Marcelo Simões, os quais tenho maior contato: estão transformando a cena do FMX no nosso país. Atraem elogios, merecimento e despertam a atenção do público para o freestyle motocross verdadeiro.



Gian Bergamini | Jump Festival Abril/2011

E fica aí minha dica aos que se interessam pelo assunto: busquem sempre a verdade; pesquisem materiais com fontes seguras, pessoas que trabalham e falam do FMX com seriedade e conhecimento. Não se contentem com o que se torna bonito aos olhos, busquem ir além do que está ali exposto na nossa cara. Eu garanto que os que conhecem vão passar a admirar mais e os que não conhecem, vão facilmente admirar o esporte!!

Fica aqui minha torcida pela evolução do FMX no país e a certeza de que temos grandes representantes, capazes de nos trazer muitas alegrias e vitórias pela frente.


FMX Riders!

Um abraço à todos,
Giuliana Hyppolito Marra"

Obs: com o tempo, também aprendi a fotografar o esporte. As fotos das manobras aqui presentes são de minha autoria!

Obs 2: aproveite para conhecer o Blog da Equipe BergaminiFMX !

2 comentários:

Antô Bastos disse...

É muito interessante poder ver o esporte descrito por uma "insider" tão participativa quanto você!
Você, mais do que ninguém, sabe da batalha desses esportistas, tentando colocar o Brasil no mapa do FMX.
Vocês estão fazendo história!
Parabéns pelo blog e pela perseverança esportiva! :)

Tatá Mello #7 disse...

Show o blog, parabéns para vcs 2 e para o fmx que vem tomando espaço cada vez mais no Brasil, abraços!!!