quarta-feira, 29 de junho de 2011

Enquanto ela não vem...


Nessa semana, estive no evento "Empresa dos Sonhos dos Jovens", uma premiação realizada pela Cia de Talentos e que, esse ano, chegou à sua 10ª edição.


De forma bem resumida, como citado no site da pesquisa, trata-se de uma "pesquisa que visa identificar, entender e acompanhar os desejos e comportamentos dos jovens em relação ao mercado de trabalho e ao ambiente corporativo".

É impossível, e até restrito, reproduzir aqui todos os dados da pesquisa. Não poderia e nem conseguiria, a memória aqui é seletiva e o meu intuito não é esse. (Caso queira, acesse o link citado acima para conhecer os principais resultados, vale MUITO à pena). 

Mas, de tudo que ouvi na premiação, alguns pontos me fizeram refletir muito e, há 3 dias, esse assunto ronda a minha mente. Eu sou jovem, a maioria do público leitor do meu blog também é (até porque, a geração X não é muito chegada num blog...), então vai a mensagem para nós refletirmos!

Os jovens estão em falta com seu auto-conhecimento. Passamos a olhar demais pro mundo lá fora, mas esquecemos de olhar pra dentro!

Como reflexo atual do mercado, observamos na pesquisa um forte desalinhamento entre empresa e profissional (ou candidato). A pesquisa apontou, por várias vezes, o quanto o jovem busca um caminho enquanto, na contra-mão, a empresa vem traçando outro. Ou seria o contrário? Não importa qual a direção, já que os caminhos se cruzam e a "batida" parece inevitável.  Sejam valores, objetivos, competências, o que os jovens apontam como fundamental ou "bacana" não combina com o que a maioria das empresas busca e acredita.

A premiação "Empresa dos Sonhos dos Jovens": informações valiosas para as Empresas em relação ao mercado jovem.


Os jovens de hoje acreditam muito na sua independência, na sua capacidade de ser, fazer, acontecer e suceder. Esqueceram, simplesmente, que, antes de tudo isso, precisam começar. E COMEÇAR não é só fazer 6 meses de estágio, trabalhar na barraquinha da festa junina da escola ou organizar uma festa com os amigos do bairro. O começo da carreira é muito mais longo que isso e dura, no mínimo 1 ano. Então, considerando os pontos que me fizeram (praticamente) chorar, segue o meu ponto de vista:

Fato #1: Um ano de experiência profissional não lhe garante bagagem profissional para assumir liderança ou se achar maduro o suficiente para assumir um projeto de grande escala.
BAGAGEM é muito mais do que isso, é só você comparar com a sua bagagem de mão X sua bagagem para despache: se você vai fazer uma viagem curta, uma bagagem de mão basta. Porém, se a viagem é longa, é necessário despachar a bagagem e, ás vezes, até extrapolar o limite.


Fato #2: a gente só atinge a total maturidade na hora que a gente morre. Na hora que não há mais nada que a gente possa aprender e resolver, não nessa vida. Caso contrário, sempre seremos despreparados para algumas situações que vivemos, tenha você seus 18 ou os seus 75 anos. Portanto, jovens, vocês não são tão maduros quanto imagina que sejam. Reflitam e aceitem que vocês ainda têm MUITO o que aprender!


Fato #3: Nós estamos ficando cada vez mais dispersos. 30 segundo é a média que levamos para conhecer uma nova página na Internet. (...........) Tirando uma criança aprendendo seu nome e sua idade, que informação hoje em dia somos realmente capazes de aprender E APLICAR em 30 segundos? Estamos viajando! 
Perdemos a profundidade, deixamos de ir até o último fio de cabelo e estamos nos baseando, cada vez mais, em conceitos extremamente rasos - e que não preenchem as lacunas que compõem a nossa estrutura. Osteoporose a vista, certamente.


Fato #4: retirado da pesquisa: "o que o jovem pensa que se espera dele nem sempre é o que, de fato, corresponde às expectativas das empresas". 

Ou seja, chegamos onde eu queria: precisamos colocar os pés no chão e entender que uma empresa não é, definitivamente, feita de expectativas. Uma empresa, para ser reconhecida e se tornar a tal "Empresa dos Sonhos", precisa estar muito bem estruturada no hoje, pensando em como garantir o amanhã.
Por sua vez, os jovens são um oceano de expectativas. #comofaz ??






Fica o conflito das gerações. As empresas ainda procurando o X, os jovens acreditando cada vez mais no Y.
Precisamos encontrar uma consoante, ou quem sabe uma vogal, para colocar no meio do caminho e ver se a balança equilibra.

Caso contrário, estamos, todos nós, condenados a eterna frustração e depressão da segunda-feira. Empresas e "colaboradores"

Por que ela são as "Empresas dos Sonhos dos Jovens"? O que elas fazem por eles? Vale a lição de casa...
Deixo os meus parabéns à Cia de Talentos, pela brilhante iniciativa; Next View e TNS pela viabilização da pesquisa. Para nós, que somos de RH, ficou muito claro o quanto vocês foram assertivos e trouxeram dados expressivos do mercado.
Grande trabalho!

Nenhum comentário: